Um policial penal, de 36 anos, que ocupou o cargo de chefe da Central de Monitoramento Eletrônico (CME) do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), foi preso nesta quinta-feira (27) em Macapá, acusado de envolvimento em um esquema criminoso que facilitava a entrada de celulares – e outros materiais ilícitos – para membros de organizações criminosas presos na principal unidade prisional do estado.
A Operação Murus, conduzida pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), resultou na prisão preventiva do policial penal, identificado como Arleson Vales de Moraes, conforme apurado pelo Portal Ney Pantaleão. O mandado de prisão foi expedido pela 5ª Vara Criminal de Macapá.
Vídeos comprovam envolvimento
De acordo com as investigações, o policial foi flagrado em vídeos caminhando por cima da passarela que divide o muro da penitenciária e descendo uma mochila preta através de uma corda para dentro da cadeia. Este pacote, contendo materiais ilícitos, foi recebido por um preso no Pavilhão F3. Além de Arleson, outros dois policiais penais foram alvos de mandado de busca e apreensão e estão sob investigação por facilitarem o esquema.
A prisão foi resultado do trabalho conjunto de policiais da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e policiais penais. O delegado Ismael Lucas Nascimento coordenou o cumprimento do mandado de prisão.
O mandado de prisão destacou a gravidade da conduta do policial penal, mencionando que, ao invés de garantir a segurança e a incomunicabilidade de indivíduos perigosos, ele escolheu colaborar com o crime organizado. Isso possibilitou a comunicação entre membros de uma facção criminosa de dentro do Instituto de Administração Penitenciária, facilitando a execução de crimes graves e colocando em risco a ordem pública. Essa conduta justifica a custódia preventiva do acusado, destaca o texto do mandado.
Conduta profissional fora do padrão
Esta não é a primeira vez que Arleson Vales de Moraes é investigado por conduta profissional duvidosa. Em fevereiro de 2021, ele e outro policial penal foram afastados de suas funções pela Corregedoria do Iapen devido à facilitação de uma visita não autorizada de um familiar a um preso, velho conhecido da polícia. Ele facilitou uma visita não autorizada para o ex-detento “Dadawson”, que matou duas pessoas no trânsito sob influência de álcool e dentro do veículo porcoes de cocaína foram encontradas e apreendidas. Essa visita ocorreu dentro do próprio veículo da central de monitoramento.
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