Um professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), do Campus Binacional de Oiapoque, denunciou ter sido alvo de agressão por policiais militares durante as festividades de carnaval no município, localizado a 600 km da capital, Macapá. Rafael Costa Santos, docente do curso de Letras, afirmou que foi violentamente agredido após gritar “Viva o Lula” enquanto se deslocava de bicicleta para comprar cerveja.
Segundo o professor, ele passou por uma guarnição do Corpo de Bombeiros, repetiu a frase e não houve reação. No entanto, ao cruzar com policiais e expressar a mesma frase, foi agredido com golpes de cassetete e chutes, sofrendo ferimentos na cabeça e nas costas.
A agressão teria sido interrompida graças à intervenção de um grupo de pessoas que presenciou a cena, segundo o professor. Rafael relatou que, além dos ferimentos, teve seus pertences levados, incluindo a bicicleta em que estava.
Após o ocorrido, foi encaminhado à delegacia por alunos e posteriormente levado ao hospital por policiais civis. O caso gerou grande repercussão na comunidade acadêmica e entre os moradores do município.
O QUE DIZ A POLÍCIA
O Portal Ney Pantaleão entrou em contato com o comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM), major Raimundo Nonato dos Santos Neto, e com o subcomandante, major Uesclei da Silva Costa, que informaram que “todas as providências necessárias à apuração já foram tomadas” e que “a suposta vítima já foi ouvida e o termo foi encaminhado à Corregedoria Geral da PM para apuração”.
Diante do caso, a diretoria do Sindicato dos Docentes da Unifap emitiu uma nota de repúdio, condenando a agressão e demonstrando preocupação com os motivos que levaram à ação policial. “A livre expressão política é um princípio consagrado em nossa Constituição”, destacou o sindicato. O episódio também gerou manifestações de solidariedade ao professor dentro e fora da universidade, enquanto a comunidade acadêmica aguarda o desdobramento das investigações conduzidas pela Corregedoria da Polícia Militar.
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