O julgamento do major da reserva da polícia militar Joaquim Pereira da Silva, de 63 anos, apelidado de “Xamã”, teve início por volta das 8h30 desta segunda-feira (23) no prédio anexo do Fórum Desembargador Leal de Mira. O militar inativo foi o autor dos quatro disparos fatais que tiraram a vida do tenente da PM Kleber Santana, de 42 anos, durante uma discussão no trânsito no dia 24 de fevereiro de 2022, no cruzamento da Rua Odilardo Silva com a Avenida Cora de Carvalho, no Centro de Macapá. O filho da vítima, de apenas 4 anos, estava dentro do veículo que foi alvo dos disparos e presenciou a morte do pai.
Kleber prestava serviço na Casa Militar da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) e era conhecido por ser considerado brincalhão e tranquilo. A sessão de julgamento foi presidida pela juíza substituta Rosália Bodnar, que após 15 horas de julgamento, condenou Joaquim Pereira da Silva a uma pena de 21 anos e 9 meses, em regime fechado e sem recorrer em liberdade. Além disso, o assassino deve pagar R$ 80 mil em danos morais à viúva da vítima. No entendimento dos jurados, ele matou por motivo fútil impossibilitando a defesa da vítima. A arma utilizada no crime deve ser entregue ao Comando do Exército para doação.
Histórico violento
‘Xamã’ ostenta um vasto histórico de violência, sobretudo contra ex-mulheres. Ele tem condenação por lesão corporal devido uma briga no trânsito. Na ocasião, ele passou com um veículo ranger por cima de uma moto e tentou agredir o motoqueiro com um extintor de incêndio. Já contra duas ex-mulheres, de iniciais L.P.M e D.S.R.A, agrediu com socos, puxões de cabelo, empurrões na parede e apontou arma para a cabeça de uma das vítimas. É considerado um sujeito extremamente descontrolado.
O que diz a acusação?
Os assistentes de acusação trataram o crime como homicídio qualificado, pois segundo eles, o atirador assumiu o risco de matar tanto o tenente quanto a criança presente no local. O advogado Marcelino Freitas compôs a assistência de acusação e afirmou: “Joaquim agiu de maneira inesperada e disparou os tiros, ceifando a vida de Kleber e colocando em risco a vida da criança”.
O que diz a defesa?
Os advogados de Joaquim Pereira argumentaram que o policial inativo agiu em legítima defesa. “Ele agiu após o Kleber levantar uma arma em direção dele. Temos provas que apontam que Joaquim disparou após ser ameaçado”, contou o advogado João Ricardo Batista.
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