A Polícia Federal cumpriu oito mandados durante a Operação Aluguel Fantasma, em seis endereços nos bairros Beirol, Buritizal, Cidade Nova, Jardim II, Parque dos Buritis e Universidade, todos em Macapá. Os alvos dessa ação são ex-servidores da Secretaria Municipal de Saúde, um vereador, a empresa responsável pelo serviço de locação de veículos e seus administradores.
Essa operação é um desdobramento da Operação Carburante, que foi deflagrada em agosto do ano passado, que investigou o desvio de quase R$ 1 milhão em recursos destinados pelo Governo Federal para o combate à pandemia do novo coronavírus na capital.
Nessa nova fase, a PF descobriu um esquema fraudulento de locação de veículos dentro da Secretaria de Saúde, no qual verbas federais eram utilizadas em um contrato assinado entre a SEMSA e uma empresa supostamente ligada ao vereador Daniel Theodoro (Rede) para fornecer serviços de locação de veículos mensais.
Segundo o delegado Victor D’Amorim, foi constatado que os veículos não estavam sendo alugados nem utilizados pela SEMSA, mas os proprietários recebiam uma contraprestação, uma espécie de bonificação, por emprestar esses veículos para figurarem ficticiamente no contrato. Ao longo de três anos, o contrato foi executado com um valor total de pouco mais de R$ 8 milhões.
A investigação identificou a participação de vários servidores públicos no esquema, incluindo o vereador Daniel, que apresenta indícios de ser o efetivo gestor/operador do contrato da empresa vencedora do processo licitatório. De acordo com a PF, o político seria responsável por decidir quais veículos seriam incluídos no contrato de locação, gerando uma gratificação para o proprietário do veículo.
Durante o cumprimento de um dos mandados, um investigado foi perguntado se possuía celular, ele respondeu que não. No entanto, a PF realizou buscas e encontrou o celular em um local extremamente incomum, em cima do muro e próximo à cerca elétrica da residência, conforme relatou o delegado.
Foram apreendidos veículos, diversos celulares e uma variedade de documentos relevantes para a investigação. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de saldos em contas bancárias, aplicações financeiras e outros ativos dos investigados, até o limite de R$ 8.254.800,00.
O Portal Ney Pantaleão entrou em contato com a assessoria do vereador e através de nota esclareceu que “no devido tempo tudo será esclarecido e elucidado, comprovando mais uma vez que nossa história e caráter foram sempre marcados por superação, trabalho e justiça”. Esta é a segunda operação que tem como alvo vereadores da Câmara Municipal de Macapá.