Em um intervalo de menos de nove meses, três policiais penais foram presos sob a acusação de facilitar a entrada de materiais ilícitos no sistema prisional, o que levanta sérias questões sobre a segurança e a integridade dos membros da segurança pública dentro das instituições de custódia.
O caso mais recente ocorreu na tarde de segunda-feira (11), quando o policial penal Jonatas Marques de Lima, conhecido como “Gordinho”, foi preso em flagrante pelos próprios colegas de farda durante o plantão.
SOBRE A PRISÃO
De acordo com uma fonte ouvida pelo portal NeyPantaleao.Com, o comportamento de Jonatas chamou a atenção depois que ele retornou do almoço, quando foi ao alojamento da guarda, pegou uma mochila e foi ao banheiro, retornando em seguida. Diante da atitude suspeita, dois policiais penais solicitaram apoio para realizar uma revista pessoal.
Durante a busca pessoal, liderada pelo chefe de plantão da guarnição Charlie, foram encontrados celulares escondidos na capa do colete, além de drogas (cocaína e maconha), dentro da mochila.
Foi dada voz de prisão em flagrante ao policial, e o delegado César Ávila foi acionado para prosseguir com a ocorrencia. Durante o depoimento, Jonatas revelou que tinha R$ 90 mil em espécie na casa dele. Uma diligencia até o local, confirmou a informação e apreendeu também diversos outros materiais suspeitos de serem frutos de atividades ilícitas.
CORRUPÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL
Esse caso se junta a outros dois episódios de corrupção dentro do sistema prisional. Em fevereiro deste ano, o ex–chefe da Central de Monitoramento Eletrônico (CME) do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN), Arleson Vales de Moraes, de 36 anos, foi preso sob acusação de facilitar a entrada de ilícitos para organizações criminosas.
Em setembro, o policial penal Raul Modesto Júnior foi detido durante a Operação Murus, que investiga tráfico e corrupção dentro das prisões. Ele também foi acusado de colaborar com a entrada de celulares e drogas para detentos.
IMPACTO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO
As recentes prisões desnudam a profundidade do problema de corrupção que existe há décadas dentro do sistema carcerário do Amapá. A entrada de celulares e drogas compromete a segurança, facilitando a comunicação de detentos com o mundo externo e perpetuando atividades criminosas de dentro das celas. “Quando um agente da segurança se torna cumplice de atividades criminosas, a credibilidade do sistema é seriamente abalada”, avalia o sociólogo Urubatan Barbosa.
COMBATE AS FACÇÕES
O Governo do Amapá, por meio da secretaria de Justiça e Segurança Pública, segue intensificando as investigações, reforçando treinamentos e investindo em inteligência para coibir práticas ilícitas entre servidores penitenciários.
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