Uma ação rápida das forças de segurança do Amapá resultou na prisão de sete acusados da chacina que deixou oito mortos em uma área de garimpo ilegal na divisa entre Almeirim (PA) e Laranjal do Jari (AP). Entre os presos estão cinco policiais militares, um guarda civil e um garimpeiro. Todos são apontados como participantes da execução das vítimas e, segundo as investigações, atuavam como seguranças clandestinos no local.
Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (12), a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou que os corpos foram encontrados em diferentes pontos da mata e do rio Jari. Apenas uma pessoa sobreviveu ao massacre. Considerada peça-chave no caso, ela está sob forte esquema de proteção, pois existe o temor de que seja alvo da rede criminosa, descrita como “uma cadeia de tentáculos” que envolve integrantes das forças de segurança.
Fontes ligadas ao inquérito afirmam que o grupo pode integrar uma organização armada que presta “serviço de proteção” a garimpos ilegais, sendo frequentemente contratado para controlar atividades ilícitas na região. As investigações apontam que eles agiam com extrema violência, usando o medo como ferramenta para manter o domínio sobre a área.
SOBRE A CHACINA
O crime aconteceu quando nove garimpeiros negociavam terras no local. A polícia investiga a hipótese de que as vítimas tenham sido confundidas com assaltantes que agiram na região dias antes. Duas caminhonetes usadas pelo grupo foram incendiadas.
MOVIMENTO MILIONÁRIO
A apuração indica que o grupo recebia pagamentos para executar crimes sob encomenda. A Polícia Civil pretende solicitar a quebra do sigilo bancário dos suspeitos, medida que pode revelar valores movimentados e lucros obtidos com o crime organizado na região.
OS PRESOS
O Portal Ney Pantaleão apurou, com exclusividade, a identidade dos militares detidos: sargento Douglas Vital Carvalho Costa e soldados Matheus Cardoso de Souza, José Paulo Pinheiro da Silva Júnior, Iago Jardim Fonseca e Emerson Freitas dos Passos. Também foram presos Franck Alves do Nascimento (guarda civil) e Benedito Rodrigues Nascimento (garimpeiro).
AS VÍTIMAS
As vítimas foram identificadas pelas autoridades. Entre elas está Antônio Paulo da Silva Santos, de 61 anos, conhecido como Toninho, natural de Cedro (MA); Dhony Dalton Clotilde Neres, o Bofinho, tinha 35 anos e nasceu em Itaituba (PA); Elison Pereira de Aquino, popular Dinho, tinha 23 anos e era de Laranjal do Jari (AP); Gustavo Gomes Pereira, o Gustavinho, tinha 30 anos e era natural de Ourilândia do Norte (PA); Jânio Carvalho de Castro, o Jane, nasceu em Bom Jesus do Tocantins (PA); José Nilson de Moura, conhecido como Zé Doido, tinha 38 anos e era natural de Lagoa da Pedra (MA); Luciclei Caldas Duarte, o Tripa, tinha 39 anos e também era de Laranjal do Jari (AP). Por fim, Paulo Felipe Galvão Dias, de 30 anos, era natural de Capitão Poço (PA).
De acordo com a Polícia Civil, todos passarão por audiência de custódia nesta quarta-feira (13). As investigações seguem para esclarecer a motivação e identificar possíveis novos envolvidos. Autoridades reforçam que este é um dos crimes mais violentos já registrados na região nos últimos anos — e que as buscas por respostas continuam.
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