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Justiça analisa suspensão de pesquisa eleitoral com suspeitas de fraude no município de Amapá

A pesquisa, que indica vantagem de uma candidata apoiada pelo atual prefeito, enfrenta alegações de falhas no processo de coleta e tabulação de dados, entre outros aspectos.

Ney Pantaleão
3 Min Read

A Justiça Eleitoral está analisando a suspensão de uma pesquisa realizada no município de Amapá, no Estado do Amapá, devido a suspeitas de fraude. Divulgada neste sábado (14), a pesquisa apontava uma vantagem de 9% para a candidata Kelly Lobato sobre Dejaci Colares, com uma margem de erro elevada de 5,5%, tanto para mais quanto para menos. O processo nº 0600429-82.2024.6.03.0001 está em trâmite no judiciário.

Justiça analisa suspensão de pesquisa eleitoral com suspeitas de fraude no município de Amapá
Praça do Cabralzinho, em Amapá, uma homenagem ao grande herói Francisco Xavier da Veiga Cabral (1861-1905), que lutou contra os franceses em 15 de maio de 1895.

SUSPEITAS DE IRREGULARIDADES
A pesquisa foi realizada pela empresa F5 Pesquisas e Consultoria, que já enfrenta questionamentos por supostas falhas no processo de coleta e tabulação de dados. Um dos pontos destacados foi a aplicação de questionários a eleitores de Cutias do Araguari, onde, por erro, o município de Itaubal foi citado nas perguntas. Segundo o cientista político Paulo Souza Barbosa, esse tipo de erro compromete “a qualidade e a credibilidade do levantamento”, especialmente em um pleito tão disputado como o de Amapá.

Justiça analisa suspensão de pesquisa eleitoral com suspeitas de fraude no município de Amapá
Erro apontado e questionado na justiça em outra pesquisa realizada pela empresa F5 Pesquisas e Consultoria.

Além disso, há dúvidas sobre a logística da pesquisa. A empresa responsável teria registrado duas pesquisas eleitorais para municípios diferentes — Amapá e Tartarugalzinho — com a mesma data de execução, apesar de essas localidades estarem separadas por mais de 70 km. A viabilidade de realizar as coletas de dados simultaneamente levanta questionamentos sobre a precisão e confiabilidade dos resultados divulgados.

PEDIDO DE SUSPENSÃO
Os advogados João Novare e Raul Silva Júnior, este último também Procurador do Estado do Amapá, solicitaram a suspensão imediata da pesquisa registrada sob o número AP-05570/2024. O pedido tem como base o artigo 16, § 1º, da Resolução TSE nº 23.600/2019, que regulamenta a validade e integridade das pesquisas eleitorais. O objetivo é impedir que dados possivelmente fraudulentos prejudiquem a imagem dos candidatos e influenciem indevidamente a opinião pública.

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O Ministério Público Eleitoral já foi notificado e deverá se manifestar sobre o caso. A empresa responsável pela pesquisa também terá a oportunidade de se defender dentro do prazo legal, enquanto o processo segue em análise no judiciário local.

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