A direção do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) anunciou nesta quarta-feira (29) novas medidas de segurança no presídio. A partir de terça-feira, 4 de junho, será permitida apenas uma visita por semana por preso e a entrada de alimentos será rigorosamente controlada para impedir o comércio ilegal de produtos dentro da unidade.
Isso provocou indignação entre familiares e detentos. Como forma de protesto, os familiares realizaram uma manifestação no Centro de Macapá, enquanto os detentos se recusaram a receber o café da manhã, almoço e janta servidas pela instituição.
Em resposta à recusa dos detentos, os policiais penais utilizaram as viaturas do Iapen para doar os alimentos a famílias carentes. Os moradores da Comunidade Agro Verde do Curralinho, no Km-09, e da Comunidade do Esconderijo do Altíssimo foram beneficiados com aproximadamente 2 mil pães, que seriam destinados ao café da manhã dos presos.
Além disso, cerca de 500 marmitas, contendo arroz, feijão, macarrão, salada e frango ou carne bovina, foram distribuídas para pessoas carentes que vivem nas proximidades da lixeira pública de Macapá.
Um policial penal, que preferiu não ser identificado, afirmou ao Portal Ney Pantaleão que a situação se repete há cerca de dois dias. “Não temos como obrigar o preso a comer, não tem como. O último dia que eles comeram foi na terça-feira”, declarou o servidor.
Até às 18h desta quinta-feira (30), as doações somam aproximadamente 2.500 pães e 5.800 refeições, que foram recusadas pelos detentos, de acordo com dados fornecidos pelo Iapen.
Embora a polícia não possa obrigar os detentos a aceitar a alimentação, a greve de fome é considerada uma falta grave. Nesses casos, a instituição pode instaurar um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o possível cometimento dessa infração.
O Portal NP tenta, até o momento sem sucesso, ouvir os representantes dos familiares dos presos para obter um contraponto às informações. O espaço permanece aberto para qualquer manifestação das partes envolvidas.
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