Especialista fala sobre importância da prática de atividades físicas e intelectuais para um envelhecimento saudável

A população brasileira está mais velha.

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Foto: redes sociais.

Por Ewerton França

Médicos são unânimes em afirmar que o caminho para o envelhecimento saudável começa antes de chegar à terceira idade, mantendo uma rotina de exercícios físicos, uma alimentação rica em fibras e nutrientes, com baixo teor de carboidrato, açúcar e gordura, a mente ativa e abandonando hábitos nocivos (tabagismo, consumo de bebida alcóolica). São estratégias determinantes, especialmente em um país como o Brasil, com 31,23 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – o que representa um aumento de 39,8% nos últimos nove anos, enquanto a população abaixo de 30 anos reduziu 5,4% no mesmo período –, como pontua a professora da Estácio, Daniela dos Anjos, doutora em Ciências da Reabilitação.

“O envelhecimento saudável é aquele em que ocorrem perdas fisiológicas mínimas com preservação das funções físicas, cognitivas, sociais e emocionais, pois a passagem natural do tempo afeta todas as dimensões do indivíduo. As alterações fisiológicas aumentam o risco de desenvolvimento de doenças e reduzem a capacidade de resistência do organismo. Uma vida ativa preserva a capacidade, independência e autonomia dos idosos. Em outras palavras, preserva as potencialidades para desempenhar as atividades do dia a dia ou realizar um ato ou ação com autonomia, o que melhora a qualidade de vida”, explica.

Segundo Daniele dos Anjos, trata-se de uma etapa da vida marcada por uma consciência da finitude, uma maior convivência com perdas de entes queridos e dos papeis sociais, com a chegada da aposentaria e/ou o crescimento dos filhos. Somados a esses fatores, a falta de autonomia, o isolamento social e o distanciamento familiar e dos grupos de amigos podem afetar substancialmente a saúde mental da pessoa idosa.

“Nessa fase, a socialização, as atividades físicas e intelectuais são extremamente importantes. A interação proporcionada por cursos e estudos permite o desenvolvimento de novos hobbies, habilidades, aprendizados, e a construção de novos planos e objetivos de vida. Tal mudança nas condições ambientais do dia a dia estimula o sistema nervoso central – plasticidade neuronal – e novos aprendizados, e otimiza as condições de saúde do indivíduo idoso”, ensina.

A especialista salienta que como o idoso está mais propenso a desenvolver limitações na saúde, ao caminhar para o isolamento social e apresentar dificuldades na autonomia é preciso investigar e buscar orientação médica. “Existem muitas possibilidades de reabilitação motora, auditiva, entre outras, que podem impedir ou minimizar as perdas funcionais”, finaliza.

Daniela dos Anjos separou as atividades que mais contribuem para a saúde mental da pessoa idosa:

  1. “Estudar e aprender coisas novas, se permitir retomar atividades e aprendizados que foram abandonados no decorrer da vida e se abrir para novas possibilidades”.
  2. “Atividade física e exercício físico. O efeito do exercício físico regular para a saúde é muito conhecido e estimulado. Também é importante que o idoso mantenha ativa todas as atividades que é capaz de realizar”.
  3. “O uso das tecnologias de forma moderada pode ser benéfico, pode aproximar as relações familiares, permitir o estudo e novos aprendizados. Permite também uma autonomia digital”.

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